quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

LEI 12.468 (COMO ERA) COMENTADA

LEI 12.468 (COMO ERA)

Regulamenta a profissão de taxista; altera a Lei nº 6.094, de 30 de agosto de 1974; e dá outras providências.
O CONGRESSO NACIONAL decreta:

Art. 1º Fica reconhecida, em todo o território nacional, a profissão de taxista, observados os preceitos desta Lei.

Art. 2º É atividade privativa dos profissionais taxistas a utilização de veículo automotor, próprio ou de terceiros, para o transporte público individual remunerado de passageiros, cuja capacidade será de, no máximo, 7 (sete) passageiros.

Passando de 7 já seria Van.

Art. 3º A atividade profissional de que trata o art.

1º somente será exercida por profissional que atenda integralmente aos requisitos e às condições abaixo estabelecidos:

I - habilitação para conduzir veículo automotor, em uma das categorias B, C, D ou E, assim definidas no art. 143 da Lei nº 9.503, de 23 de setembro de 1997;

Não seria melhor colocar "à partir da categoria B" ? Tendo em vista que, para obter as demais a pessoa deve ser habilitada primeiramente na categoria B.

II - curso de relações humanas, direção defensiva, primeiros socorros, mecânica e elétrica básica de veículos, promovido por entidade reconhecida pelo respectivo órgão autorizatário;

Impressionante esse aqui. O curso de direção defensiva e o de primeiros socorros já são dados pelo Detran e pelo Sest/Senat. Já os outros, ainda terão que acontecer.

III - veículo com as características exigidas pela autoridade de trânsito;

IV - certificação específica para exercer a profissão,  emitida pelo órgão competente da localidade da prestação do serviço;

V - inscrição como segurado do Instituto Nacional de Seguridade Social – INSS, ainda que exerça a profissão na condição de taxista autônomo, taxista auxiliar de condutor autônomo ou taxista locatário; e

Olha que interessante. Aqui a Lei diz "inscrição" e não "contribuinte". Aqui em Campo Grande-MS, a Agetran exige que o Curiango pague o INSS todo mês, sendo que a isso, ao meu ver, cabe ao empregador e não ao empregado.

VI – Carteira de Trabalho e Previdência Social – CTPS, para o profissional taxista empregado.

Ai sim, foi criado o tão querido "vinculo empregáticio".

Art. 4º Os profissionais taxistas são classificados da seguinte forma:

I – autônomo: motorista que detém autorização, emitida pelo órgão competente, para prestar, por conta própria, serviço de transporte público individual remunerado de passageiros, nos termos do art. 1º desta Lei;

Patrão

II – empregado: motorista que trabalha, com subordinação, em veículo de propriedade de empresa autorizada pelo órgão competente a prestar serviço de transporte público individual remunerado de passageiros, nos termos do art. 1º desta Lei;

Curiango que trabalha para um frotista.

III - auxiliar de condutor autônomo: motorista que possui certificação para exercer a atividade profissional, em consonância com as disposições estabelecidas na Lei nº 6.094, de 30 de agosto de 1974;

IV - locatário: motorista que aluga veículo de propriedade de pessoa jurídica titular de autorização, regido por contrato de locação, nos moldes dos arts. 565 e seguintes da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 - Código Civil.

Essa categoria na verdade não existe, não em Campo Grande-MS. Porque, aqui aluga-se a vaga no ponto e não o carro. Nesse caso o mais próximo seria o Locatário.

Parágrafo único. Somente uma única autorização será delegada ao profissional de que trata o inciso I.

Se essa lei fosse retroativa iria acabar com as empresas/frotas e seria mais justo a exploração do serviço de Táxi.

Art. 5º São deveres dos profissionais taxistas:

I – atender ao cliente com presteza e polidez;

Lógico.

II – trajar-se adequadamente para a função;

Lógico.

III – manter o veículo em boas condições de funcionamento e higiene;

Lógico.


IV – manter em dia a documentação do veículo exigida pelas autoridades competentes;

Se for para pagar os encargos como INSS e o ISS fica difícil de manter em dia a documentação exigida. Sendo que, essa conta chega a cerca de R$ 200,00 mensais.

V – obedecer à Lei nº 9.503, de 23 de setembro de 1997 - Código de Trânsito Brasileiro, bem como à legislação da localidade da prestação do serviço.

Lógico.

Art. 6º São direitos do profissional taxista empregado:

Ai entra a polêmica.

I – piso remuneratório ajustado entre os sindicatos da categoria;

Se os Curiangos deixarem, o Sindicato vai colocar um piso bem baixo. Aqui a lei deveria especificar quantos salários mínimos o Curiango deveria ganhar.

II - aplicação, no que couber, da legislação que regula o direito trabalhista e da do regime geral da previdência social.

Bom, é o que eu defendo, a aplicação da CLT. Bem como, todas as suas obrigações, penalidades e exigencias. Tanto pela parte do patrão quanto pela parte do empregado.

Art. 7° A Lei nº 6.094, de 30 de agosto de 1974, passa a vigorar com a seguinte redação:

“Art. 1º ..............................

§ 1º Os auxiliares de condutores autônomos de veículos rodoviários contribuirão para o INSS de forma idêntica aos contribuintes autônomos, ficando o autorizatário do veículo responsável pelo seu recolhimento.
Olha ai o poder público atendendo ao anseio da população.

Lógico que quem tem que pagar o INSS é o empregador e não o empregado, como quer o Sintaxi, a Agetran e os patrões da cidade de Campo Grande-MS.

§ 2º O contrato que rege as relações entre o autônomo e os auxiliares é de natureza civil, não havendo qualquer vínculo empregatício nesse regime de trabalho.

Preciso de um Advogado trabalhista para entender isso aqui. Alguém me ajude. Pois, como não há vínculo empregatício se o dono do alvará deve recolher o INSS? Como não há vinculo empregatício se o Curiango tem que cumprir horário e produtividade?

§ 3º O órgão competente da localidade de prestação do serviço e responsável pela emissão da autorização fornecerá aos motoristas auxiliares identificação específica.

§ 4º A identidade referida no § 3º será fornecida mediante requerimento do interessado, com a cordância do autorizatário.

§ 5º O autorizatário do serviço de táxi poderá cadastrar, como eventual substituto, outro profissional, além dos 2 (dois) já previstos no caput.”(NR)

Então são 3 (três) Curiangos. Isso inclusive dá margem para se trabalhar 8 (oito) horas por dia.

“Art. 1º- No contrato entre o condutor autônomo de veículo rodoviário e os auxiliares de condutores autônomos de veículos rodoviários deverão constar obrigatoriamente:

I – as condições e os requisitos para a prestação do serviço;

II – o prazo de validade;

III – as obrigações e as responsabilidades das partes contratantes;

IV – a data de pagamento; e

V – a remuneração, assegurado o piso remuneratório ajustado entre os sindicatos da categoria.”

Ai que fico confuso, como não gera vinculo empregatício se tem tudo isso ai no contrato de trabalho?

Art. 8º Em Municípios com mais de 50.000 (cinquenta mil) habitantes é obrigatório o uso de taxímetro, anualmente auferido pelo órgão metrológico competente, conforme legislação em vigor.

Já tem.

Art. 9º Os profissionais taxistas poderão constituir entidades nacionais, estaduais ou municipais que os representem, as quais poderão cobrar taxa de contribuição de seus associados.

Tem dono de carro se corroendo por conta desse artigo.

Parágrafo único. São deveres das entidades de que trata o caput deste artigo, entre outros:

I - manter programas de capacitação e qualificação profissional para seus associados;

II – fornecer assistência jurídica e social aos associados e familiares.

Art. 10. O certificado emitido pelo órgão competente caput deste artigo, entre outros:

I - manter programas de capacitação e qualificação profissional para seus associados;

II – fornecer assistência jurídica e social aos associados e familiares.

Art. 10. O certificado emitido pelo órgão competente da localidade da prestação do serviço terá validade de 12 (doze) meses que será renovada mediante a comprovação do recolhimento dos encargos previdenciários durante o período, conforme previsto em lei.

Esse artigo a Agetran está exigindo. Só não está exigindo do patrão essa cobrança.

Art. 11. Fica assegurada a transferência da autorização do condutor titular para outro condutor titular, desde que sejam preenchidos os requisitos exigidos pelo órgão competente da localidade da prestação do serviço.

Esse eu não entendi mesmo. Será que essa é a brecha para que os donos vendam/transfiram seu (s) ponto
(s)?

Art. 12. Em caso de morte do titular, desde que atendidas as normas estipuladas pelo órgão competente da localidade da prestação do serviço, a autorização será transmitida para o cônjuge, os herdeiros necessários, a companheira ou o companheiro, que passarão a ter os mesmos direitos e deveres do titular.

Art. 13. A autorização não poderá ser objeto de penhora ou de leilão.

Art. 14. Compete ao órgão municipal competente a apreensão de veículo que transporte passageiros, sem a devida autorização legal.

Art. 15. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

A lei entra em vigor mas, até hoje, 12 de Janeiro de 2011 portanto, 3 (três) meses depois da sua aprovação, a lei ainda não está valendo.
O importante para mim não é a publicação da lei, e sim a sua aplicabilidade.

CÂMARA DOS DEPUTADOS, de abril de 2011.

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