sábado, 7 de julho de 2012

A CAIXA


     Que Deus o tenha em bom lugar, mas, a estória além de verídica, não é das piores.
     Tem muitos anos esta estória, da época em que os Táxis nem eram padronizados na cor branca e nem tinha que se fazer um curso para ser Taxista.
     Certa tarde aparece um homem, bem vestido e gesticula para o Taxista do outro lado da rua, com uma caixa grande de televisão.
     O Taxista por sua vez atende ao chamado prontamente e leva o Táxi até a porta de uma das famosas lojas Arapuã.
     Chegando lá o Taxista, sempre muito prestativo, abre o porta-malas para colocar a caixa com a televisão.
     O homem diz que não precisa, que ele mesmo põe a caixa lá. E põe.
     Os dois distintos cavalheiros adentram ao  Táxi e o homem pede para ir até o bairro Cophasul.
     O Taxista pensou, rachei.
     Chegando lá, o homem desceu e disse que voltava. Passou um pouquinho e eis o homem de volta.
     - Vamos no Parque dos Poderes.
     - Tudo bem, disse o Taxista.
     O Parque dos Poderes é um lugar em Campo Grande-MS que abriga várias secretárias de Estado, o Comando da Policia Militar, a Assembléia Legislativa dentre outros órgãos do governo. E que fica longe do Centro.
     O homem era todo prosa, gente boa. E do Parque dos Poderes, que também não é um lugar perto, mandou o Taxista ir em direção ao Aero Rancho.
     Tudo lugar um mais longe que o outro. O Aero Rancho é um bairro muito antigo em Campo Grande-MS. Hoje tem Aero Rancho I II III e por ai vai. Bairro grande.
     E o taxímetro girando.
     Quando chegou no Aero Rancho o homem disse pro Taxista, entra aqui, vira ali, vira ali de novo, entra aqui, pare ali. O Táxi parou.
     - Espera ai que já volto, é rapidinho!
     - Tá bom. Consentiu.
     Passou 10 minutos, 20 minutos, 45 minutos e nada do cara aparecer.
     O Taxista, já meio contrariado pensou: Esse filho da pu74 não volta mais, vou voltar pro ponto, ele me deu o calote e o melhor que tenho a fazer é voltar pro ponto com esse prejuízo.
     Mas, voltando-se para o carro ele viu a caixa de televisão e logo pensou. Não vou sair totalmente no prejuízo, fico com a TV novinha que ele acabou de tirar da loja e o prejuízo fica menor.
     Daí, o Taxista voltou pro ponto e quando chegou lá começou a contar a estória pros colegas do ponto e foi pegar a caixa com a TV no porta-malas do carro, para mostrar para os outros Taxistas.
     Quando ele pegou a caixa daí ele quase teve um troço, não porque a caixa estava pesada e sim porque a caixa estava vazia. O cara tinha fingido que tinha alguma coisa dentro da caixa simulando o grande peso do objeto enganando mais uma vez o Taxista.
      Na hora, o Taxista não sabia se ria ou se chorava de raiva.
      Foi um golpe e tanto!

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