domingo, 13 de março de 2011

TRAFICANTE DO MOTEL AMADEUS

Já era noite, Sábado, quando saiu a corrida.
- Unidade para atender o Motel Amadeus.
A corrida foi liberada para mim. E eu me direcionei para a saída de 3 Lagoas.
Cheguei lá e embarquei um casal. O cara me mandou seguir para o bairro Tiradentes. Fiquei puto, mas, menos mal eu pensei, já que o bairro fica onde era meu ponto. Daí, eu aumentei um pouco o rádio para tentar ouvir outra corrida pra eu voar ainda carregado.
Mas, ouvindo a conversa do casal pude ouvir que eles iriam para o centro.
- Vocês vão ficar por aqui mesmo? Perguntei.
- Não, não. Agente vai pra Rui Barbosa. Respondeu o rapaz.
Abaixei o rádio.
O cara falou, vira aqui, vira ali, a direita, vira aqui, pára.
Parei.
- Espera ai que já volto.
Daí eu fiquei fazendo não sei o que e quando reparei já tinha um policial na minha janela.
- Mão no volante motorista. Falou o policial com uma metralhadora do tamanho do mundo.
- Tudo bem Sr. mas, posso pelo menos desligar o carro.
- Pode. Respondeu o policial.
- Cadê o cara. Perguntava o outro policial para a garota que ficou no banco de trás do Táxi.
- Cadê o cara. Perguntou o policial pra mim.
- Sei não. Ele desceu aqui e nem vi para onde ele foi.
- Cadê o cara. Perguntou de novo para a garota.
Ela sempre falava que não sabia dele. Não tinha visto onde ele entrara. Disse também que era garota de programa e que o cara tinha pago pra ela ficar com ele no motel.
O policial disse que estava seguindo eles desde manhã. Que eles saíram várias vezes do motel e que não pediram nada para comer.
A mulher alegou que era garota de programa e que eles estavam usando drogas e fazendo sexo o dia todo e por isso não pediram nada para comer.
Pedi ao policial para que eu saísse do carro.
Além de satisfazer meu desejo ele vasculhou o interior do carro e pediu para eu abrir o porta-malas.
Fiz tudo o que o policial mandou, só que ele não achou nada.
Foi quando ele me chamou de lado, mantendo a mulher ainda no interior do veiculo.
- Você não viu nada mesmo?
- Nada. Eu peguei eles no motel e os trouxe para cá, depois ele me disse que iríamos para o centro.
- Mais nada?
- Nada mesmo.
- Esse pessoal tá com rolo. Eles tão com alguma coisa escondida no motel e não tão com jeito de tirar de lá. Nós estamos seguindo eles desde as 6 da manhã. Foi a recepcionista do motel quem ligou pra gente avisando que eles trocaram de quarto por 4 vezes e que tinha algo de estranho nos 2.
- Vamos fazer o seguinte. Disse o policial me levando para trás da viatura.
- Vou fingir que liberei vocês. Daí finjo que vamos embora, mas, na verdade, vamos estar escondidos esperando o cara voltar.
- Mas, e eu?
- Fica tranqüilo, não vai dar nada pra você.
- Vou cooperar.
- O policial liberou agente, eles vão embora. Falei pra moça.
- Agora, só quero uma coisa, o meu dinheiro da corrida. Daí você também ta liberada e cada um segue seu caminho.
- Eu não tenho dinheiro. Respondeu marrenta.
- Como não, se você mesmo falou que era prostituta. Ou você é put4 boazinha, dá por caridade?
- Acontece que ele me deu R$ 500,00 pra eu passar o dia com ele, cobrei adiantado e deixei a grana lá em casa.
Pensei, tô fud1d0. se eu for lá na casa dela e não tiver nada eu pago além desses km outros tantos. E era melhor eu libera-la do que pagar pra ver.
Agente tava encostado no carro fumando um cigarro quando o cara apareceu.
- Volta! Volta! Volta! Volta! Os omi tão atrás de você. Disse a mulher para o rapaz que deu meia volta.
- Pra mim chega. Boa sorte pra você.
- Me dá seu celular que te ligo lá do centro pra você receber a sua corrida.
- Não, deixa quieto, vá em paz.
Entrei no Táxi e dei meia volta pra pegar a avenida. Quando não esperava mais nada naquela noite, o cara dá sinal para eu parar.
Parei.
- Cadê a menina? Perguntou o cara.
- Cadê meu dinheiro? Perguntei de volta.
- Putz cara, não tenho nada aqui, mas, me leva de volta no motel que te pago R$ 100,00 pra você me tirar de lá.
- Tá doido? Respondi irritado.
- Eu tenho 50 kg de pó (cocaína) e R$ 30.000,00 posso te dar até mais.
- Boa noite pra você.
Arranquei o carro e fui pro ponto contar essa estória pros parceiros.

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