WALFRIDO

     Uma bela tarde, o nosso colega de praça Walfrido, também conhecido como neguinho, lá do ponto do Bradesco bicorou uma corrida e prontamente foi atender.
     Chegando lá se deparou com um homem de mais ou menos 40 (quarenta) anos, alto, forte de bermuda e camiseta, chinelo de dedo e barba por fazer, ao lado de um Chevette, 1987, creme, hatch caindo aos pedaços.
     - O senhor chamou um Táxi? Perguntou o tão solisto Taxista.
     - Foi sim senhor. Respondeu o homem com uma voz grossa.
     - E onde nós vamos irmão?
     - Vamos ali achar uma garrafa de Coca-Cola para eu por gasolina, vamos no posto pegar gasolina e agente volta aqui. Tá certo?
     - Vamos lá irmãozinho. Respondeu o nobre Taxista.
     Conversa vai, conversa vem e logo acharam uma garrafa de Tubaina jogada numa lixeira. Walfrido desceu do seu Táxi e foi lá pegar a garrafa. E depois de ter conseguido o vasilhame, rumaram para o posto de gasolina lá na Av. Eduardo Elias Zahran.
     Chegando ao posto, Walfrido, sempre sorridente já mandou o frentista abastecer o recipiente com gasolina. Mas, na hora de pagar o passageiro disse que tinha esquecido a carteira dentro do Chevette e que se o Taxista não podia pagar a gasolina e incluir no valor total da corrida.
     Walfrido aceitou de pronto.
     Com a gasolina nas mãos, os dois rumaram para onde havia ficado o carro lá no bairro Jardim Itamaracá.
     Chegando no Chevette 87 o passageiro entrou no carro e pediu ao tão prestativo Walfrido que colocasse gasolina no carro. Foi o que o nosso colega fez, colocou a gasolina no tanque do carro.
     Foi quando o homem deu partida e o carro não pegou. Ele então pediu ao Walfrido que desse um empurrãozinho para o carro pegar. Como sempre o nosso colega tão prestativo empurrou o carro.
    O carro pegou, o homem abanou a mão dando um tchau e deixou o nosso Taxista a ver navios. Sem pagar a corrida nem tão pouco a gasolina.
     O irmão Walfrido voltou ao ponto meio chateado, mas, com fé em Cristo bicorou mais uma.