quarta-feira, 17 de abril de 2013

TUBARÕES POSSUEM 114 ALVARÁS

Tubarões dos táxis possuem 114 veículos em Campo Grande; lucro supera R$ 228 mil/mês

Vinícius Squinelo

     Aproveitando de brecha na lei, 17 microempresas controlam 114 veículos da frota de táxis de Campo Grande, com
ganhos que podem ultrapassar os R$ 228 mil por mês. Somente um empresário possui 28 veículos oferecendo o serviço na Capital.
     O nome e quantidade de veículos de cada permissionário, que pode oferecer o serviço de táxi, foi fornecido pela Prefeitura, através da Agetran, após pedido do Midiamax via Lei de Acesso à Informação. 

     A lista de permissionários é encabeçada pela empresa de Moacir Joaquim de Matos, que possui, sozinho, 28 táxis em atividade na cidade. As razões sociais em nome de Francisca Pereira dos Santos e Orocídio de Araújo possuem 15 veículos cada. Com 14 táxis, a empresa de Benevides Juliace Ponde fecha a lista dos permissionários com mais de dez veículos.
     As razões sociais de Elton Pereira de Matos e Maria Helena Juliace de Araújo trabalham com, respectivamente, oito e sete táxis. O restante das empresas tem entre um e cinco veículos.     
     Quem trabalha no setor garante que cada táxi não dá um lucro mensal menor que R$ 2 mil, o que daria um
ganho de pelo menos R$ 56 mil mensais à Moacir Joaquim de Matos, chamado de “rei” do táxi pelos curiangos – taxistas auxiliares, aqueles que realmente dirigem os veículos.

Sobrenomes iguais

      Além das empresas, o número de sobrenomes iguais se destaca na lista de permissionários. Somente o sobrenome “Sandim”, por exemplo, aparece em 16 permissões para o serviço de táxi de Campo Grande, nenhuma de empresa.
     Pela legislação municipal, nada impede que familiares tenham permissões para operar no ramo. A lei também abre a possibilidade de que marido e mulher, por exemplo, tenham duas empresas e possam controlar até 60 táxis.
     O número de táxi dos empresários contrasta com a realidade do restante dos permissionários, já que uma pessoa física não pode ter mais de um táxi, segundo rege a lei municipal. Por outro lado, os curiangos denunciam as condições de
trabalho, sem carteira assinada, e com custos altos, pagando os impostos e até o cafezinho dos pontos. Em Campo Grande, são 490 placas/alvarás de táxi.
     Mesmo com a desigualdade, os empresários estão dentro da legislação de Campo Grande, que permite que uma única empresa tenha até 30 táxi, e que todas em conjunto não tenham mais de 30% da frota, ou 177 veículos. A legislação, porém, já é alvo de estudo e possível mudança por parte Agetran.

Problemas

      De acordo com denúncia de taxistas auxiliares, a situação não é nada boa para os trabalhadores do setor. Segundo eles, hoje os curiangos, que não são proprietários dos veículos com autorização para realizar o serviço, pagam R$ 1 por km rodado aos permissionários, e arcam com quase todo o custo operacional do carro e do ponto, como a gasolina, a mensalidade do telefone, os impostos e até o cafezinho.
      Os profissionais denunciam falta de diálogo com os donos de veículos, e que “quem abre a boca é demitido”, e falam ainda de “cartel do táxi”, com preços tabelados entre os proprietários. Também estaria existindo, segundo os auxiliares, um comércio ilegal de pontos de táxis na cidade.

(http://www.midiamax.com/noticias/845496-reis+taxis+possuem+114+veiculos+campo+grande+lucro+supera+r+228+mil+mes.html)

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